Illusion - Capítulo 4


[Coloca essa música pra carregar e só aperta play quando eu mandar]

- E aí, o que o "príncipe dos cabelos de ouro" queria com você? - Jess perguntou debochada enquanto íamos em direção a cantina do colégio e eu apenas revirei os olhos.
- Ele só queria ajuda no trabalho de Biologia, só isso - falei e ela riu pelo nariz.
- Só isso? - perguntou com as sobrancelhas arqueadas e eu dei de ombros.
- Bom... - comecei - ele perguntou se eu podia ir na casa dele hoje depois da aula ajudar ele e... - deixei as palavras se perderem no ar.
- E o que? Desembucha? - ela me deu um leve empurrão e eu ri.
- E eu aceitei - dei um sorriso sem graça e ela gargalhou.
- Você? Casa do Júnior? É amiga, tá podendo - ela falou enquanto ria descontroladamente. Qual é a graça?
- Algum problema? - perguntei um pouco irritada e ela parou de rir aos poucos.
- Não, só nunca pensei que minha melhor amiga nerd iria pra casa do garoto mais desejado da escola - ela falou. Pois é Jess, também nunca pensei nessas possibilidades. Ou pensei?
- É a vida - falei tentando fazer uma cara de "poeta", o que não funcionou muito.
- Mas então, você quer que eu peça a minha mãe pra ir te buscar na casa dele? - Jess perguntou enquanto já estávamos na fila da cantina.
- Não precisa, eu volto de ônibus - sorri sem amostrar os dentes e ela assentiu.
Pedi apenas um potinho de salada de frutas. Se eu comesse mais besteira era capaz de eu passar a tarde enfiada em um banheiro.
Abri meu potinho de salada de fruta enquanto observava Jessie devorando seu cachorro quente. Ou "podrão" como eu prefiro chamar. Fala sério, ela come mais que a Magali. E o pior é que eu nunca sei onde vai parar tanta comida.
Senti um perfume familiar e de longe poderia distinguir quem era. Neymar.
Oh garoto, porque eu te amo tanto?
Observei ele andando com Chaz e Ryan até a mesa onde ele sempre sentava. Eu tinha inveja das garotas que eram autorizadas a sentar naquela mesa. Qual é? Quem não queria ter a presença do Júnior na hora do recreio?
Aliás, quem não queria ter a presença do Júnior pela vida toda?
Coração, desculpa fazer você sofrer tanto.
- É, parece que hoje não sobrou mesa para nós sentarmos - Jess falou de boca cheia despertando-me dos meus pensamentos.
- Não tem problema. A gente senta lá na arquibancada da quadra - falei e logo dei um sorriso sem amostrar os dentes.
Fui a direção a quadra da escola sempre perseguida pela Jessie que se lambuzava com seu cachorro quente. Passei pela mesa dos populares na qual o Neymar sempre sentava e sorri instantaneamente ao vê-lo rindo de alguma piada que algum de seus amigos contara.
Um dia eu ainda vou ser motivo dos sorrisos dele. Sem dúvidas.
Assim que passei pela mesa deles, a imagem de Neymar rindo ecoou na minha cabeça por um bom tempo. Tanto tempo que eu só fui perceber que já estava sentada na arquibancada da quadra depois de um bom tempo.
- Ô tédio - Jess reclamou mais pra si mesma do que pra mim.
- Nem fala - concordei - estou morrendo de sono - afirmei.
- Se você que dormiu na metade do filme está com sono, imagine eu que assisti até o final? - ela falou um pouco sonolenta. Entortei a boca olhando pro nada, já que eu não tinha mais assunto.
- Se não se importa, eu vou pro meu mundinho - falei para Jess pegando meus fones de ouvido no bolso do meu casaco e logo pegando meu celular no bolso da minha calça. Conectei os fones no aparelho e escolhi uma música para tocar.
Acabei escolhendo Far Away, no Nickelback. Uma das minhas músicas favoritas.
Antes de eu colocar a música para tocar eu deitei na arquibancada, colocando minha cabeça no colo de Jess, que não falou nada, apenas se ajeitou ficando em uma posição melhor. Dei play na música e logo pude ouvir o barulho de um violão tocando. Era a introdução. Fechei meus olhos e me concentrei apenas na música. Era como se o mundo tivesse parado e só tivesse eu nele. Era como se fosse um sonho.  [DÊ PLAY LÁ NA MÚSICA, GATCHÊNHAS]

"O barulho da cachoeira dava um ar de paz. A grama verde e fofinha deixava cada canto daquele lugar magnífico. Os pássaros assobiavam como se fosse uma melodia de uma canção. Brisas fortes batiam levemente no meu cabelo, fazendo-o balançar de acordo com o vento. O clima era de calor. A serenidade se encontrava em cada canto daquele lugar. Não havia vozes de pessoas e nem nada. Deserta, era essa a palavra. Encontrava-me com um vestido de alcinha branco, fazendo-me parecer uma boneca. Sentia-me livre como nunca sentira antes. Meus lábios formavam um sorriso sem eu ao menos perceber. Por mais que eu não conseguisse ver, eu tinha certeza que meus olhos brilhavam mais que o normal. O cheiro era de terra úmida, um dos meus cheiros favoritos. Aquilo era com certeza um sonho. O meu sonho. Uma voz masculina foi ecoada através daquelas enormes árvores atrás de mim. Virei-me e tive a certeza de que eu estava na presença de um anjo sem asas. Seus cabelos morenos ficavam dourados ao encontrar do sol. Seus olhos pareciam ouro. Nunca tinha visto tamanha perfeição em toda a minha vida. Em seus lábios levemente rosados encontrava-se um sorriso. O sorriso mais lindo de todos. Pude ouvir sua voz pronunciando meu nome. Aquilo estava muito longe de ser real. Aquele ser de outro mundo se aproximou mais de mim e logo tocou seus dedos em minha face. Todos os pelos de meu corpo, sem exceção, ficaram arrepiados. Borboletas no estômago. Paralisada e nas nuvens eram os termos certos para me descrever naquele momento. De sua boca carnuda em formato de coração saiu uma gargalhada gostosa. Era o momento mais feliz da minha vida.
- Você me dá a honra de pular na água comigo? - a voz doce, porém rouca, dele pronunciou e foi impossível negar. Logo ele pegou na minha mão e me puxou devagar até uma pedra enorme perto da cachoeira. Ali mesmo, ele tirou a blusa dele deixando seu abdômen nu. Por mais que engraçado que seja, o ambiente fica mais quente a cada minuto. Ele voltou a segurar a minha mão, só que dessa vez mais forte, e me levou para a ponta da pedra. Lá em baixo eu podia avistar a água mansa e completamente azul. Parecia que ela continha pedras de brilhante de tão surreal que era. O menino dos olhos de ouro olhou para mim e eu retribui o olhar, sorrindo.
- Você está pronta? - sua voz soou e eu automaticamente assenti - 1, 2, 3 e já.
Senti uma corrente elétrica passar em minhas veias quando meu corpo quente se encontrou com a água totalmente fria. Percebi que a mão dele continuava a segurar a minha. Subi até a superfície da água no mesmo momento que ele, e sorri ao perceber que ele já tinha aberto seus olhos. Fiquei balançando meus pés debaixo d'água para não acabar me afundando. Aquele ser, que por mim considerado magnífico, me abraçou, colando nossos corpos completamente. E pela primeira vez na vida eu me sentia completamente segura. Seus dedos gelados tocaram em minha nuca aproximando nossos rostos. Cada vez mais perto ficávamos e cada vez mais forte meu coração batia. Antes que nossas lábios tocassem mergulhamos. Abri meus olhos de baixo d'água e percebi que ele se aproximava mais ainda. Fechei meus olhos para poder curtir o momento e pude sentir seus lábios macios tocando os meus. Minha mão foi parar na lateral de seu rosto, aproximando mais ainda nossos lábios. Sua língua quente e aveludada pediu passagem para se encontrar com a minha, e sem pensar duas vezes, permiti. Nossas línguas começaram a se movimentar lentamente e em questão de segundos já estavam guerreando. Parecia que uma lutava com a outra para decidir quem dava mais prazer. E por um momento eu já não sentia seus lábios, muito menos seus braços me envolvendo. Abri meus olhos ainda debaixo d'água e percebi que a água estava escura, cor de sangue. Voltei para a superfície e rolei meus olhos naquele lugar completamente diferente do que eu estava a segundos atrás. Era uma caverna escura, com um cheiro podre e totalmente fria. Antes que eu pudesse pensar em algo senti uma mão pegar em meu pé, me puxando para debaixo d'água. Tentei livrar meu pé daquela mão na qual eu não sabia de quem era, por conta da escuridão vinda lá do fundo. E antes que eu voltasse a me debater tentando me salvar, eu apaguei."

- Ei, Megan, acorda - senti Jess me balançar freneticamente - o recreio já acabou - ela completou e eu me levantei preguiçosamente, sentando.
Minha visão ainda estava embaçada e a quadra estava vazia.
- Nunca vi uma pessoa dormir tão rápido como você - ela debochou enquanto ria e eu apenas ignorei e me levantei indo em direção a saída da quadra. Passei pelo refeitório e não tinha quase ninguém. Os poucos alunos que tinham estavam voltando para as suas respectivas salas, como eu.
Nem esperei Jessie e já sai andando em direção ao meu armário para pegar meu material para a próxima aula que seria Física.
Peguei meu caderno e meu livro e caminhei rapidamente para a sala antes que o professor proibisse entrar, e por sorte ele deixou.
Me sentei na primeira cadeira, em frente a mesa do professor, como sempre.
Observei a aula e prestei atenção na matéria, mas com ele na cabeça.
Eu tinha certeza que o menino no meu sonho/pesadelo era o Neymar. Porém eu ainda continuo conturbada com o final. O que significa a escuridão? Um sinal, talvez.
Livrei-me deu meus pensamentos e voltei a prestar atenção na aula. É, ás vezes é cansativo ser inteligente.

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- Como você vai pra casa dele se você nem sabe onde ele mora? - Jess perguntou enquanto estávamos sentadas no mesmo banquinho de sempre no lado de fora da escola.
- Boa pergunta - falei e ela revirou os olhos rindo.
- Tem certeza que você quer ir? - ela perguntou e eu fitei o nada, logo voltei a olhá-la.
- E porque não teria? - perguntei.
- Deve ser porque quando você está nervosa só faz merda - ela confessou e eu entortei os lábios. Ela tinha razão.
- Eu prometo que tento me controlar - falei e ela riu.
- Não sei não... Se você fica doida só de ver ele de longe, imagine de perto e na casa dele - ela falou e eu ri.
- Vamos dizer que eu inda não consigo imaginar essa cena - falei rindo e ela riu junto comigo.
- Ahn, Megan? - aquela voz falou bem atrás de mim. Virei-me bruscamente e encontro aquele ser me fitando com aqueles olhos verdes cor de mel.
- Eu - sorri nervosa. Ah senhor, me dê forças pra ocorrer tudo bem e ele não achar uma infantil.
- Vamos? - ele perguntou e não se passava nenhuma resposta na minha cabeça.
- Onde? - perguntei involuntariamente. 
- Pra minha casa ué - ele falou e riu - eu depois te levo até sua casa - ele completou e só dei um sorriso sem graça.
- Ok - miei - tchau Jess - falei e dei um beijo na bochecha, me levantando do banco.
- Tchau Meg - ela acenou e deu um sorriso.
- Tchau Jess - Neymar falou e eu dei uma risada. Foi tão engraçado o jeito que ele pronunciou "Jess".
Senti o braço de Neymar passar por cima dos meus ombros, fazendo eu me aproximar mais dele. Respira, Meg.
Andamos até o carro dele que era uma Ferrari branca e ele abriu a porta para eu entrar. Oh lord, além de perfeito também é cavalheiro.
Neymar deu a volta no carro e entrou no banco do motorista, logo fechando a porta, trancando a mesma, e colocando a chave na ignição. O barulho do motor do carro pôde ser ouvido e Neymar virou a cabeça olhando para mim e dando um sorriso.
- Vamos - ele falou mais para si mesmo do que para mim e andou com o carro.
Vamos Meg, você consegue. É só explicar uma matéria fácil. Só isso.

 CRÉDITOS A DIVA

Illusion - Capítulo 3


- Megan, acorda - escutei a voz de Jess enquanto eu era sacudida pela mesma.
- Me deixa dormir - reclamei e me cobri meu rosto.
- Vai dormir é o caralho. Tu prometeu que ia assistir um filme lá em casa e ia dormir lá - ela reclamou descobrindo o meu rosto e me sacudindo.
- Você é muita chata - reclamei dando um pulo da cama com raiva e fui em direção ao meu armário.
- Vou bater um papinho com a sua mãe enquanto você arruma sua mochila - Jess falou e logo foi em direção a porta do meu quarto.
- Um dia ainda vou saber o que tanto você e minha mãe conversam - resmunguei e ela riu da minha cara antes de fechar a porta.
Coloquei minha blusa da escola, uma calça jeans escura e meu moletom bege de sempre dentro da mochila. Peguei meu celular velhinho em cima da estante e vi as horas. Era exatamente 19:21. Eu estava morrendo de fome e com uma preguiça danada. 
Terminei de arrumar minha mochila com meu material pro dia seguinte e fui na cozinha beliscar alguma coisa para comer. O motivo da minha fome é que assim que eu dei banho na minha mãe, eu fui direto pra cama sem ao menos comer e dormi. 
Acabei fazendo um pão com queijo e devorando o mesmo.
Jessie desceu as escadas e logo foi ao meu encontro na cozinha.
- Ô sua doida, lá em casa tem besteiras pra gente comer - ela reclamou enquanto abria a geladeira e pegava o jarro de água.
- Não tem problema não... Eu como lá também - falei de boca cheia fazendo Jess dar uma risada monstra enquanto colocava a água do jarro em um copo que ela acabara de pegar.
- Fominha - ela falou rindo antes de levar o copo com água até a boca.
- Mas então... - falei e dei uma pausa pra engolir o sanduíche - o que você falou com a minha mãe? - perguntei já na ansiedade de comer o último pedaço daquele sanduíche gostoso.
- Nada é da sua conta - ela falou autoritária enquanto lavava o copo que tinha bebido a água.
- Nossa, obrigado pela consideração - fingi estar magoada e enfiei o resto do sanduíche na boca enquanto Jess ria do meu drama.
- Vamos, minha mãe tá esperando lá fora - ela falou indo na minha frente e pegando a minha mochila que estava em cima do sofá.
- Ok - falei de boca cheia - vai indo que eu já vou.
- Tá bom - Jess assentiu e logo saiu porta a fora.
Eu subi até o quarto da minha mãe para ver como ela estava, mas acabei encontrando ela dormindo. Dei um beijo na testa dela e logo a cobri, já que estava meio frio. Encostei a porta do quarto dela, já que eu tinha certeza que el iria dormir até o dia seguinte, e verifiquei se as luzes da casa estavam apagadas. Peguei meu celular velhinho em cima da bancada da cozinha e sai de casa, trancando a porta. Andei até o carro da mãe da Jessie e adentrei nele.
- Oi, tia Lucy - falei entrando no carro no banco de trás.
- Oi, Meg - ela falou me olhando pelo espelho retrovisor e deu um sorriso. Eu nunca na minha vida tinha visto mãe mais legal que a tia Lucy - sua mãe está melhor, querida? - ela perguntou já dando partida no carro.
- A mesma coisa de sempre - falei em um tom tristonho e ela entortou a boca como se estivesse com pena. Minha mãe e tia Lucy era muito amigas, por isso eu e a Jess somos tão coladas uma na outra.
- Tomara que ela melhore - tia Lucy disse enquanto dirigia. Olhei para a Jess que estava sentada no banco de carona e ela estava com os fones de ouvido, mexendo no celular.
- Se Deus quiser - falei e dei um meio sorriso. O que eu mais queria na minha vida era que minha mãe melhorasse.


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- Vai querer comer pipoca ou prefere comer chocolate primeiro? - Jess me perguntou enquanto estávamos na cozinha nos preparando pra ver o filme. Ambas estávamos de pijama.
- Tanto faz - falei e ela olhou pra minha cara - tá bom... Sei lá, vai a pipoca primeiro - Jess apenas assentiu colocando a pipoca de microondas dentro do microondas.
- Engraçado... Você até agora não comentou no nome Neymar - ela disse debochada - será que finalmente você esqueceu ele? - perguntou com um sorriso nos lábios.
- Já disse um monte de vezes e vou dizer de novo: eu nunca vou me esquecer dele - falei e ela revirou os olhos - eu só não comentei sobre ele porque sei que você não gosta... Então prefiro guardar meu amor por ele apenas para mim - resmunguei.
- Aaah, pára, Megan - Jess reclamou - não é que eu não goste de ouvir você falando sobre ele... Eu apenas não aguento ouvir você falando o dia todo nele - falou dando um ênfase no "dia todo".
- Quando você começar a falar do seu amor pelo Chaz, eu também vou começar a reclamar - falei fingindo estar irritada.
- Pode parando - ela gesticulou com as mãos - eu não amo o Chaz, apenas acho ele muito fofo - ela disse com um sorrisinho no rosto.
- Sei o significado do seu "fofo" - falei e logo fiz um coraçãozinho com as mãos para irritar ela. 
Antes que ela dissesse algo o microondas apitou avisando que a pipoca já estava pronta. Jessie pegou a pipoca do microondas e colocou toda a pipoca em uma vasilha grande. Peguei duas latas de coca-cola e fui em direção a sala, sendo seguida pela Jessie que vinha com a vasilha de pipoca em uma mãe e duas barras de chocolate na outra.
- Hora do cineminha - festejei baixinho. Jess apenas olhou pra minha cara e riu. Vaca que eu amo <3
- Coloca o filme - ela ordenou e eu peguei 3 DVD's que estavam em cima da mesa de centro da sala.
- Qual deles? - perguntei e ela ficou fitando cada um dos DVD's na minha mão.
- Lembranças - disse e logo eu assenti, tirando o DVD da capa e colocando no aparelho de vídeo.
Me sentei no sofá ao lado de Jessie e me cobri com o cobertor que ela já tinha pegado. Dei play no filme e começamos a assistir. Só sei que depois do segundo pedaço de chocolate que eu comi no meio do filme, eu apaguei.


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- Ei, acorda - senti alguém me cutucar. Jessie, tinha que ser. Não há pessoa no mundo que goste de me acordar mais do que ela.
- Fala - falei em um sussurro pensando de onde eu tiraria forças pra sair do sofá e ir pra escola.
- Vamos, levanta - ela me cutucou novamente. Um dia ainda quebro o dedo dela.
- Espera - falei e fechei os olhos novamente.
- Espera o caramba, simbora - ela puxou meu cobertor fazendo eu cair do sofá.
- Vadia - murmurei com raiva e me levantei do chão, indo em direção ás escadas.
Deixei Jessie sozinha na sala e peguei minha toalha na mochila indo direto pro banheiro do quarto da Jess. Tomei um banho rápido e assim que saí vesti meu uniforme da escola, enquanto Jess tomava o banho dela. Esperei ela acabar de se arrumar e então nós descemos pra tomar café da manhã e, logo, partimos para a escola com a tia Lucy.


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- Esqueci de fazer o trabalho de matemática - reclamei enquanto entrava na escola ao lado de Jessie.
- Também - lamentou - estamos encrencadas - completou e eu apenas assenti.
- Ah, oi, Megan - ouvi uma voz dizendo ao meu lado. O problema é que não era qualquer voz.
- Oi, Neymar - falei em meio a um sussurro. Eu tava muito hipnotizada pra falar algo. 
Olhei para a Jessie que me olhava de volta.
- Bom, eu vou indo pra minha sala - Jess disse dando um sorriso falso - vejo você no recreio - ela falou e logo saiu andando, mas antes passou bem perto de mim e sussurrou um "juízo".
- Mas então, o que você quer? - perguntei para o Neymar assim que a Jessie estava fora de meu alcance.
- Você - ele falou em um tom sedutor e por um momento eu achei que ia morrer. Pernas bambas e borboletas no estômago porém interrompidas por um riso vindo dele - é brincadeira, eu só quero saber se você pode me explicar o trabalho de Biologia que o professor Oliveira passou - ele completou e eu me senti internamente humilhada. Qual é? Eu sei que não sou atraente, mas não precisa jogar na cara assim.
- Ah, posso sim - falei em um tom baixo de voz. Neymar assentiu sorrindo. Ah, que sorriso lindo. 
- Então tá, que tal na minha casa depois da escola? - ele perguntou e eu tive que arranjar forças do além pra continuar de pé.
- N-na sua casa? - gaguejei e ele arqueou uma sobrancelha.
- Sim, na minha casa, algum problema? Porque se você preferir a gente pode fazer na s... - o interrompi. Eu nunca na minha vida iria levar Neymar Júnior na minha casa. Iria ser uma eterna humilhação.
- Na sua casa está bom - falei sorrindo sem amostrar os dentes.
- Ok, te vejo no final das aulas - ele falou com aquela voz encantadora de sempre e me deu um beijo na bochecha, logo indo em direção a sala dele.
Alô, é da emergência? Acabei de receber um beijo na bochecha do garoto que eu daria a minha vida e eu não sei se tenho forças pra continuar a viver.
É Megan, um passo de cada vez.

CRÉDITOS A MELHOR